quinta-feira, 5 de abril de 2012

MENSAGEM DO IMPERATOR - Rosacruz, AMORC

Exortação para uma Ecologia Espiritual


Por CHRISTIAN BERNARD, FRC - Imperator da AMORC

Esta revista me dá a oportunidade de abordar alguns princípios fundamentais que me parecem essenciais neste período difícil para a humanidade e para nosso planeta. Certamente, o assunto que vou abordar é bem clássico e conhecido pelos membros da AMORC, mas eu sinto que é importante compartilhá-lo com um número maior de leitores.

Todos vocês sabem que o ser humano é uma criatura dual, com um corpo físico e um outro espiritual, chamado geralmente de "alma"! É dito que Deus criou o ser com o pó da terra e lhe insuflou pelas narinas o sopro da vida. Se trazemos esta afirmação para uma linguagem menos poética, porém, mais científica, podemos dizer que o homem é composto de elementos materiais da terra e que cada uma de suas células é formada de elementos físicos vivos e revitalizantes de nosso planeta. Por tão complexo, admirável e maravilhoso que seja o mecanismo do corpo humano, quer seja na sincronização de seus movimentos ou na sua faculdade de se movimentar etc., não se deve esquecer que ele é composto de elementos terrestres e que não pode existir senão graças a uma lei imutável.


Não haveria vida sem a essência divina que existe não apenas neste mecanismo, neste todo, denominado homem, mas também nos elementos individuais que o compõem. A essência divina está presente na água, nos minerais, na vegetação e em tudo o que existe em estado natural. Negar esta evidência redunda em negar a vida em si. É assim que, quando esta força vital abandona o corpo, este se torna matéria morta.

Para colocar em ação suas leis, Deus precisa dos seres viventes, assim como nós temos uma necessidade vital de sua essência divina para manter o nosso corpo físico vivo. A medida que o homem destrói seu envoltório físico, ele diminui a capacidade de evolução de sua alma.

Mas o que será da humanidade se esta sublime harmonia e este acordo perfeito forem rompidos? O que é válido para o corpo físico do homem também o é para a Terra. 

 "O que é válido para o corpo físico do homem também o é para a Terra."


Em algumas décadas, teremos destruído nosso meio ambiente e escasseado nossos melhores recursos. Os elementos físicos aos quais me referia anteriormente correm o risco de logo não não serem mais do que uma lembrança classificada nos grandes arquivos do tempo. Esta força divina que anima todos os seres viventes não terá mais receptáculo, ao menos em nosso planeta deteriorado, se continuramos com nossas más ações.


Sem dúvida nós desenvolvemos hábitos de vida que não estavam no plano original das coisas. Muito rapidamente nos afastamos da via traçada. Cultivamos nossos erros e, infelizmente, nossa tomada de consciência é muito falível, apesar das vozes que se elevam e, sobretudo, das terríveis provações e dramas que recebemos como lições suficientes, infelizmente nem sempre reconhecidas como tais e não compreendidas.


Nossa violação das leis quebra o nosso acordo com a natureza e nos distancia cada dia um pouco mais de Deus.

Se Deus criou o homem à sua imagem, não é para que ele se atribua o direito de transgredir ou de mudar as leis fundamentais da natureza.


O homem se afasta do bom caminho, da luz do sol, do magnetismo da Terra, das benesses da água pura e de todas as bosas vibrações cósmicas.



Brincamos de aprendizes feiticeiros ou de pseudo-cientistas. Acreditamos poder dominar o mundo e moldar suas leis conforme a nossa conveniência, não para nosso bem-estar e nem tampouco sem reservas, mas para uma fruição imediata, por ganância e por orgulho.


Não somos muito ridículos e pequenos face a uma onda de quinze metros destruindo um muro que afirmávamos indestrutível?


Não é patético que os pretensos homens de espírito, armados de suas certezas e de seus diplomas, nem mesmo sonhem que a construção de centrais nucleares seja perigosa, sobretudo nas regiões sujeitas a abalos sísmicos? 


Ai de nós, três vezes ai de nós...

Não merecmos o nome de homens; não merecemos o santuário que nos foi ofertado: a Terra.

No entanto, há muitas décadas que se diz que todos os seres de boa vontade deveriam se unir, dar-se as mãos e trabalhar em e para a harmonia.


 "...é preciso desejar se elevar sempre mais alto no domínio do espírito"


Apesar de tudo isto e da constatação negativa que se pode fazer sobre o estado de nosso planeta, eu continuo a pensar que não é tarde demais e que a luz pode vencer as trevas. 


Mas, para tanto, é necessário que vozes de protesto se elevem e que elas se tornem tão numerosas que o som por elas produzido perturbe por fim a consciência de nossos dirigentes, se isto ainda é possível.



Enquanto místicos e rosacruzes, podemos agir e ser agentes desta corrente que trabalha para a salvaguarda da Terra e da espécie humana. Eu certamente sei que a grande maioria de vocês dedica-se já há muito tempo àquilo que geralmente chamamos de ecologia, e isto em várias competências e de diversas maneiras. 


Mas muitos dentre nós ainda têm dúvidas ou são muito hesitantes. Outros ainda são influenciados por seu modo de vida, sua profissão ou suas leituras. Ainda ficamos demasiado impressionados quando ouvimos um professor exaltar os maravilhosos poderes destes ou daqueles medicamentos ou vacinas, ao passo que, sem alma e sem consciência, ele tem plena consciência dos males que eles acarretam.



Eu poderia lhes dar mil e um exemplo de coisas das quais nós deveríamos recusar a influência, mas vocês são bastante observadores, instruídos e inteligentes e sei que fazem parte do grupo que reflete e medita diariamente sobre o porvir da humanidade e da Terra.



Eu gostaria simplesmente de dizer-lhes que vocês não devem hesitar em fazer ouvir seus pontos de vista, mesmo se o seu meio for refratário a respeito de suas ideias. 


Para os rosacruzes, a ecologia deve caminhar lado a lado com a espiritualidade, pois uma não pode existir e perdurar sem a outra. É por isto que, no começo de minha mensagem, eu lhes fiz lembrar que o ser humano é uma criatura dual.

Assim como vocês devem empregar todos os seus esforços para proteger a saúde do planeta e de seus habitantes, é preciso desejar se elevar sempre mais alto nos domínios do espírito.


Alcem-se para além das coisas feias, sórdidas e cruéis da vida, e sirvam-se do aspecto material das coisas como um degrau que lhes permite se elevar mais alto e ter uma concepção mais grandiosa do mundo. Com o olhar voltado para o horizonte, vivam erguidos e não se ponham de joelhos senão no Sanctum do belo e do virtuoso.


Este está alojado no coração da Catedral da Alma, da nossa alma, da Grande Alma Universal! É neste lugar que se encontra a Paz Profunda onde é possível ouvir a música celeste e as vozes melodiosas dos Mestres reunidos num coro, e que impregnam todo aquele sagrado edifício.

Seu corpo deve servir no mundo dos homens e seu espírito e sua boa vontade ser úteis à sua tarefa e aos seus irmãos. Mas sua alma deve repousar no reino divino. Lá ela sempre encontrará refúgio e conforto.


Quando a mágoa, a dúvida e a falta de coragem lhe submergirem, deixem-se acalentar pela Mãe Divina. Voem mais alto do que todos os seus medos e penetrem a consciência de Deus.

Eu sei que as recomendações que lhes dou são mais fáceis de se dizer e de ouvir do que de se pôr em prática, e que nossos temores, nossas angústias e nossos múltiplos defeitos são placas de lama que aderem a nossos pés e nos retém, impedindo-nos de nos elevar às mais altas esferas espirituais.

Contudo, não devemos jamais desistir. Mesmo se estivermos perdidos pelo caminho desta existência, devemos manter a esperança. Haverá outras vidas, outras sendas a serem tomadas, e a experiência que teremos adquirido nos servirá como guia e como luz.

Que assim possa ser, apesar da loucura destruidora do homens!

Eis então uma breve exortação para uma ecologia espiritual e, como gosto de dizer aos membros da AMORC, sejam orgulhosos de serem homens e mulheres de boa vontade.


Fonte: Artigo transcrito na íntegra da revista "O Rosacruz", Primavera de 2011; imagens ilustrativas retiradas da internet.

*Obs: Se você, que não é  membro da Rosacruz, AMORC, mas se interessa pelos artigos da revista "O Rosacruz" ou mesmo deseja conhecer melhor a Ordem Rosacruz, AMORC através de seus artigos publicados, deseja assinar a revista, poderá fazê-lo através do site oficial da AMORC. 

A revista é uma publicação trimestral destinada a membros e não-membros. Nela você encontra artigos relacionados à ciência e à espiritualidade, à psicologia, à educação e às artes etc. Todos os artigos são colaborações de membros da Ordem Rosacruz, AMORC, profissionais e pesquisadores das mais diversas áreas do conhecimento, que correlacionam estes temas com o ponto de vista dos ensinamentos rosacruzes.

Edição Primavera de 2011

*Para acessar o site  e saber mais sobre a revista, clique nos links abaixo:




Paz Profunda a Todos!

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