sábado, 2 de julho de 2011

O caminho místico: natureza, etapas e objetivo

Por FRANCISCO RODRIGUES DE FREITAS, FRC*

É próprio do homem o desejo do conhecimento. A busca incessante das respostas sobre si mesmo e sobre a realidade que o cerca fê-lo elevar-se, dentro de sua escalada histórica, como nenhum outro ser animado foi capaz. Somente o homem, dentre todas as criaturas, foi capaz de ir além daquilo que parecia contingente, para laborar no sentido de realizar a missão que lhe foi outorgada pelo Criador: dominar a Terra.

A idéia de dominar a Terra esteve, num primeiro momento, associada necessariamente à idéia de subsistir. Assim, o homem
cuidou de suas necessidades básicas de subsistência. No entanto, civilizações mais antigas já registravam feitos humanos situados numa gradação superior às suas preocupações materiais, voltando-se ao plano filosófico do viver, isto é, às indagações sobre as causas primeiras e fundamentais da existência. 


Pode-se mesmo afirmar que, no momento em que o homem lançou pela primeira vez o seu olhar para o céu estrelado, na mais longínqua noite de sua história, alguma coisa no seu interior questionou silenciosamente o sentido e a grandeza do Universo.

No caminhar das civilizações, desde a aurora da vida consciente em nosso planeta, o homem sempre revelou uma insatisfação ontológica fundamental. O saber e o fazer, o questionar e o construir, não conseguiam responder inteiramente aos anseios que a herança divina faz despertar no interior de todo o homem que vem a este mundo. Haveria o desenvolvimento da humanidade de fazer mais do que alargar os passos da ciência e muito mais que aprofundar as questões de natureza cognitiva sobre os fundamentos filosóficos da existência. Crescia no interior do homem a necessidade de reconciliar-se com a realidade maior da qual ele percebia ser apenas um dos personagens. Necessidade de reencontrar-se com o Universo, de somar-se novamente ao Todo Uno e Indivisível, de restabelecer o contato íntimo com o seu Criador.

Nesse instante, percebeu o homem que precisava fazer uma nova escalada. Uma caminhada que extrapolasse os limites da ciência, da filosofia e das atividades prosaicas do dia-a-dia na construção material de suas mais diversas realizações. O sentido do mandato divino de dominar a Terra assumia novas dimensões. Esse domínio não poderia estar restrito à realidade material, mas devia alcançar todos os aspectos da existência, do seu “estar-no-mundo”.

Teve início, nesse momento, a escalada mística do homem. No instante em que ele compreendeu que a sua herança divina dava-lhe não apenas o direito de dominar a Terra, mas o de alcançar o domínio da própria vida, houve um ponto de inflexão na evolução humana, um redirecionamento de esforços e de busca, do qual resultaria a imensa herança que chega até nós como um Legado Sagrado.

Assim, pode-se considerar o misticismo como o resultado do esforço do homem para reconciliar-se com a Realidade Cósmica. A escalada mística revelou-lhe que para o caminho místico convergem todas as outras trilhas que a humanidade percorre, pois eis que o misticismo é a soma final de todo o engenho humano, que busca suas razões e a razão de toda a natureza.
 
Portanto, assumimos, como pressuposto básico para o desenvolvimento deste tema, que o misticismo é a suprema realização do homem e resulta do despertar interior da Consciência Cósmica.

Natureza
 
Quando alguém empreende a sua busca mística, o faz geralmente movido por um profundo sentimento de inquietação interior. A centelha divina faz despertar em seu ser indagações sobre o que seja a Vida no seu sentido mais amplo, sobre o que seja a Verdade na acepção mais exata do termo, sobre quais sejam a origem e o sentido do Universo. Por que toda a criação segue um plano definido, em que tudo se assenta, desde os milagres da natureza, com a sua generosidade, com o seu equilíbrio, com a sua justiça, com a sua sabedoria, até a participação do homem dentro deste contexto indivisível que é a Vida?

São perguntas cuja dificuldade não está nas respostas, mas no caminho que se escolheu para buscá-las. Dizer qual o sentido da vida, explicar a perplexidade do homem ante a existência, contemporizar as paixões humanas com o curso normal e irreprimível do Universo – são questões que têm sido objeto da especulação de muitos. E as explicações se multiplicam: algumas lamentavelmente falsas e enganosas; outras, insatisfatórias.

Dessa forma, ante perguntas e indagações profundas que lhe interessam diretamente, pois dizem respeito à sua própria vida, o homem que inicia a sua busca mística o faz, quase sempre, cruzando o portal de uma Fraternidade Iniciática, onde, submetendo-se às normas e disciplina próprias, receberá o instrumental necessário para romper o véu que não lhe permite
vislumbrar as imutáveis Leis do Universo, a verdade da Vida e a Luz de que precisa para iluminar o seu caminhar no mundo em que lhe é dado viver.

Ali, a Senda se apresentará tortuosa, e cada passo vencerá o inacessível. É necessário que seja assim. Ante as primeiras dificuldades, aqueles que são movidos por simples curiosidade afastar-se-ão do caminho. Este se tornará pleno de dificuldades, e nada haverá a vislumbrar, pois a Senda da Verdade e da Vida só é contemplada pelo buscador humilde, de propósitos nobres e reto de consciência. Este logo verá que segue o caminho certo, pois, nas revelações preliminares das primeiras lições e na participação que tiver nos primeiros rituais, sentir-se-á integrado à comunidade iniciática a qual passou a pertencer. E os seu exercícios e experimentos estarão respaldados pelo peculiar entusiasmo que o motivará aos novos estudos.

Etapas
 
É o momento do Despertar. É aquela fase em que a consciência gradual de impressões e sensações irá brotando das profundezas do Eu, ensejando uma compreensão sempre crescente de uma Realidade Cósmica bem maior do que aquela que até então fora apreendida. 

Numa seqüência natural do estudo místico, o despertar da Consciência Cósmica inspirará a Purificação, o idealismo manifestado pela profunda compreensão da beleza divina e da perfeição do Universo. E a percepção de quanto toda a natureza se mantém em harmonia e equilíbrio fará nascer no buscador um agudo sentimentode sua própria imperfeição. 

O que fazer então quando se constata essa dicotomia?

De um lado, o esplendor das Leis que regem o Universo: eternas, imutáveis, perfeitas. Do outro, o homem dominado por paixões subjugadoras, pelo apego aos bens materiais, pela incontrolável sede do sucesso, pelo inato sentimento de competição. Então o estudante de misticismo há que decidir por purificar-se daquelas imperfeições que compreendeu possuir. E isso somente será possível através da autodisciplina, do autoconhecimento, da sinceridade e da coerência entre o seu pensamento e a sua ação.

Nessa fase, que os místicos chamam de Purificação, apresenta-se com toda força uma das principais exigências da Senda: a coerência entre valores assumidos e atitudes de vida. Os requisitos da sinceridade e da coerência resultam da Verdade que caracteriza todo o caminho místico. Ninguém jamais o percorreu sem esses atributos.

Assim, nessa etapa devemos ser capazes de, através do autoconhecimento, libertarnos da influência de tudo aquilo que nos prende e nos limita a um estado de ação em desacordo com a nossa destinação ontológica de participantes da beleza e da liberdade do Universo.

Quando somos capazes de fazer calar os nossos sentidos objetivos, permitindo que a nossa Essência Divina, o nosso Eu Interior se manifeste, e assim estar em harmonia com o Cósmico, chegamos ao elevado patamar da Iluminação. Alcançamos uma distância muito grande entre o nosso Eu do momento e o Eu antigo sequioso da beleza de tão sublimes  conhecimentos. No entanto, ainda que seja grande e verdadeira a nossa alegria, atingimos também o ponto crucial e de importância decisiva para a vida mística do buscador: o momento em que nos será exigida uma coragem maior, uma paciência e determinação capazes de enfrentar os maiores e os mais difíceis desafios, e a resoluta decisão de prosseguirmos em frente. 

Nós estamos no limiar da Noite Negra da Alma.


E o que vem a ser a Noite Negra da Alma?

E por que temos de enfrentá-la depois do nosso despertar para a vida mística, depois de nossa escolha de Purificação, depois que, pela Iluminação, somos capazes de comandar os nossos sentidos objetivos?

A Noite Negra da Alma é um degrau que temos de ultrapassar nessa caminhada ascensional ao encontro da face de Deus. É também o mais árduo, o mais escarpado, o de mais difícil acesso, pois que para transpô-lo precisaremos de toda a nossa coragem e de vigorosa decisão pessoal e íntima para abraçarmos definitivamente os ideais que nos farão UM com o Cósmico.
 
Noite Negra da Alma é uma expressão antiga, usada pelos místicos para caracterizar certo estado emocional e psicológico, bem como uma fase de provas por que todos passamos na trilha que nos leva ao vislumbre total de um ideal acalentado com toda a força do nosso ser. São João da Cruz, místico espanhol do século XVI, a descreveu com muita lucidez e propriedade, denominando-a Noite Escura do Espírito. Thomas Merton, citando Gregório de Nissa, teólogo e místico do século IV, nos adverte que “A vida espiritual é uma caminhada das trevas à luz e da luz às trevas. É a transição de uma luz que são trevas para trevas que são luz. A ascensão da falsidade para a Verdade começa quando a falsa luz do erro é trocada pela luz que é verdadeira, mas insuficiente, das noções elementares sobre Deus. Essa luz deve surgir depois ser obscurecida, diz ele. A mente deve desprender-se das aparências sensíveis e procurar a Deus nas realidades invisíveis que só a inteligência pode apreender”.

 
A Noite Negra da Alma é o degrau
mais árduo da caminhada…

Portanto, até que possamos estar preparados para contemplar a suprema sabedoria divina, a nossa personalidade-alma deverá ser aperfeiçoada no cadinho da Noite Negra da Alma, período em que é comum experimentarmos toda a sorte de fracassos; nosso dia-a-dia transcorre numa seqüência de frustrações; planos determinados com inteligência e perseverança estarão eivados de incertezas e obstáculos. A visão e a expectativa do futuro parecerão toldar-se nas águas da incerteza e da depressão, e experimentamos um profundo desânimo.

Somos então tomados pelo desejo de deixar de lado a busca encetada até o momento.

Os mais caros ideais parecerão sem nenhuma importância, e o perigo iminente, que vai pairar sobre nós, é o de interrompermos nossos estudos místicos, nossas atividades culturais e nos distanciarmos do curso de nossa vida espiritual, sucumbindo inteiramente ao pessimismo. E se tal acontece, temos de experi-mentar a sensação e a convivência com o fracasso, pois essa fase realmente negra em nossa vida acontece por força de ser tentada, medida e pesada a fibra de nossa personalidade-alma.

Nossas convicções, nossa força de vontade, nosso merecimento pessoal de maior iluminação são colocados a duras provas. E se, para escaparmos desse embate interno, nos deixamos abater por tais conflitos, poderemos desfrutar uma paz aparente, em nível de nossa mediocridade, mas, no recôndito de nós mesmos, nos recessos mais profundos de nosso ser, lá onde nos fala a consciência, senhora absoluta de imaculado silêncio, estaremos certos de que, deliberadamente, renunciamos ao júbilo de realizarmos a conquista da verdadeira Paz, daquela Paz de espírito sobre a qual nos falou o Mestre Jesus.

A Noite Negra da Alma não é em si mesma uma circunstância cármica, uma purificação “imposta” ao indivíduo. É, antes de tudo, um retoque final à obra de arte que vem sendo elaborada dentro de nós, no desenrolar de sucessivas etapas do nosso aperfeiçoamento interior. Até chegar à Iluminação vamos melhorando nossa consciência pessoal, mas é enfrentando essa fase angustiante de incertezas e desafios que daremos a feição verdadeira ao novo ser que brotará dentro de nós, um novo ser que foi capaz de escalar doloroso caminho até alcançar níveis mais altos de consciência.

Enquanto dure esse estado de conflito temos de fazer uma cuidadosa introspecção, um mergulho no imenso espaço interior de nós mesmos, empreender um caminho de volta para o Santuário do nosso ser, um retorno sobre antigos conceitos, sobre a nossa faculdade pessoal de nos questionarmos sobre a Vida. De nada adiantará apenas lutarmos contra as inevitáveis frustrações que advirão dessa necessidade de reciclagem interior.

Necessário será medirmos com humildade os nossos atos conscientes, na tentativa de torná-los mais dignos e mais consentâneos com a nossa missão cósmica.

Agindo com honestidade de propósitos, movidos pelas virtudes da paciência e da humildade, chegaremos ao ponto mais elevado dessa escalada, ao cume da montanha de sete patamares de que nos falam os místicos. E lá, diante de nós, a Vida estará a nos brindar com um Áureo Alvorecer. Gozaremos então de esfuziante alegria. Experimentaremos então um período de gratificantes realizações. Tudo terá um sentido verdadeiro em nossa vida. Compreenderemos os elos da Vida, aqueles que levam em cadeia todas as manifestações da existência, reunindo-as num Todo Único e Indivisível, na soma do qual somos parcelas irmãs da Terra, da Água, do Fogo, do Ar e das estrelas.

É importante que o estudante esteja sempre advertido de que essa etapa da Senda estará à sua espera, em algum ponto da jornada. Ninguém jamais deixou de experienciar esse momento. 


Portanto, consciente de que ele existe e de que com ele se defrontará, ao buscador cabe prepararse para esse encontro, um encontro, é certo dizê-lo, que ocorre entre o homem e a sua própria face. Frente ao espelho do conhecimento ele se vê desnudo, tal qual é, ao mesmo tempo em que se torna consciente do que deve ser, de modo a desfrutar a União profunda com o Universo, na contemplação da Suprema Sabedoria Cósmica.

É necessário que o buscador se prepare para esse encontro, a fim de que, pelo desânimo e pelas dificuldades que terá de enfrentar, não seja levado a abandonar o caminho, pois nada é mais entristecedor do que um estudante abandonar a Senda que poderia levá-lo à harmonização plena com a Consciência Cósmica e ao Domínio da Vida e tentar, depois da frustração da busca, recuperar o nível de compreensão anterior ao alcançado nessa etapa.

Isso seria semelhante a um adulto que, ante as dificuldades da vida, decidisse retornar à condição de criança, fechando os olhos à realidade e às exigências que são próprias de sua condição. Sabemos que esse retorno, na prática, é irrealizável, e a angústia do esforço de quem assim agisse só poderia resultar em maiores frustrações e desânimo, pois ninguém poderá, nesse ponto da jornada, passar uma esponja e apagar o quadro que começou a delinear. Não será possível negar as evidências já conhecidas, ocultar a Luz que, tremeluzente, começa a iluminar a sua vida, clareando- lhe os caminhos. O retorno, nesses casos, não conduziria o estudante a lugar algum, mas deixaria um profundo sentimento de perda, justamente o horizonte perdido de que nos falam os místicos.

Objetivo
 
A última etapa do caminho místico é o seu próprio objetivo, o sentido mesmo da busca mística: a União com o Ser Supremo. Melhor seria dizer a consciência dessa União, pois na verdade o homem nunca esteve separado do seu Criador, da Fonte Divina da qual emanam todas as manifestações da Vida.

O objetivo último dos estudos e experiências psíquicas realizados pelo estudante é o desenvolvimento interior que conduz o homem à harmonização cósmica, a sua integração no Todo.

Aqui já é possível compreender-se que o caminho místico não visa a um objetivo exterior ao homem. Na verdade, não se está procurando um ponto qualquer onde todos os segredos do Universo estejam à espera do estudante. Ao contrário, o objetivo da busca mística está centrado no próprio buscador. 

O estudante de misticismo realiza uma viagem especial pelo seu espaço interior. Os seus estudos devem torná-lo apto a explorar o microcosmo que é ele próprio. As Leis que regem o Universo estão indelevelmente escritas na alma do homem, na sua memória, nas suas células, enfim, no seu infinito espaço interno.

Assim, o estudo místico é sobretudo um voltar-se sobre si mesmo. É uma atitude permanente de reflexão, de autoconhecimento e de construção de si próprio. O homem não é um ser perfeito ou imperfeito. É simples e completamente divino, criado à imagem e semelhança do Pai. Na sua essência, é a própria palavra de Deus, manifestada numa freqüência vibratória própria. 

Como conseqüência, podemos dizer que o homem integra, ou seja, faz parte de modo integral, do Universo, do Todo, do UM. Por isso, a sua busca de desenvolvimento espiritual na realidade é a procura de sua própria face, é a exploração e o conhecimento de sua essência, da centelha divina que, latente em seu interior, busca manifestar-se.


Com essa compreensão do objetivo do estudo místico, é fácil concluir-se que as provas por que temos de passar em nossa jornada, ainda que sejam dolorosas, não são voltadas para o exterior, para o nosso eu objetivo, mas radicam-se na profundidade do ser que busca. E visam primordialmente à limpeza do Santuário Interior do Homem, de modo que as qualidades e potencialidades divinas possam manifestar-se em todo o seu esplendor e em toda a sua glória. Essas provas e testes situam-se no nosso nível de compreensão e desenvolvimento, realizando-se no dia-a-dia, no contato com os nossos semelhantes, nos desafios de nossa própria existência, nas tentações a que todos estamos sujeitos na aventura da própria vida.

O sucesso, pois, da caminhada em busca da Verdade é o sucesso do próprio crescimento como homem, encarnado neste planeta, no aqui e no agora. Não existe sucesso no depois. Na realidade, o homem está comprometido com o “durante” de sua vida, com seus pensamentos, com seus gestos, com suas palavras, enfim, com tudo o que caracteriza a manifestação de sua ação no mundo.

À medida que compreende que o objetivo da sua procura não está fora de si mesmo, mas no âmago do seu ser, o buscador desvencilha-se de ilusões que atrapalham, de crenças e sentimentos negativos, de superstições e da angústia existencial que lhe tolhe os passos, obstaculizando os seus melhores esforços na exploração do seu espaço interior.

A compreensão dessa verdade mística conduz, amorosamente, o estudante por caminhos seguros, ainda que às vezes difíceis, na medida em que, desvendando-lhe a sua face humana, coloca-o frente à sua face divina, manifestação do próprio Deus. Essa é a visão beatífica de que falam os místicos e os santos: o encontro da verdadeira identidade, a visão da própria face, em Deus.

Como resultante de sua integração na Unidade da Vida, o buscador torna-se um canal da Divindade. Desaparecem os falsos valores, as ilusões, as crenças errôneas, o negativismo. Sua vida torna-se um facho de luz a iluminar o seu próprio caminho e o caminho dos seus semelhantes. Seu ser é todo esperança, justiça, bondade, amor. E essa transmutação interior reflete-se de modo expressivo nos seus pensamentos, gestos, palavras e ações. Não é mais um homem, simplesmente, mas o Filho do Homem. Construiu-se a si mesmo com o material que lhe é constante e amorosamente oferecido pela Fonte da Vida, pela Consciência de Deus que habita o seu coração.
 
Esse instante místico, de infinitas ressonâncias, é um estado interior, indescritível por quem quer que o tenha experienciado. É a consumação, a integração no UM, na totalidade. É o agir consciente e em perfeita harmonia com o eterno ritmo cósmico. É o aplicar, na sua própria vida, as Leis Cósmicas imutáveis que regem o maravilhoso Universo de Deus, a morada do Pai.

Portanto, o sentido da busca mística, o objetivo final do caminho místico, é o desvelamento do Eu Interior, é o clarificar da consciência pessoal, de forma a integrá-la na sua fonte perene: a Consciência Cósmica. É, por fim, a busca nostálgica da unidade com todos os seres, da harmonia que sempre existiu, para que se possa dizer do mais profundo recesso do nosso Ser: “PAI! TU E EU SOMOS UM!”. 



* Ex-Grande Conselheiro da AMORC-GLP.

Fonte: http://www.amorc.org.br/caminho_mistico.pdf
 

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